O juiz Alderico Rocha Santos, novo responsável pelo processo envolvendo o bicheiro Carlinhos Cachoeira, marcou para os dias 24 e 25 de julho o depoimento do contraventor e de outros sete réus no processo. A definição sobre a data do depoimento ocorre menos de um dia após a indicação de Rocha Santos para o caso.
No final do mês passado, o desembargador Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), cancelou as audiências nas quais Cachoeira e os outros réus seriam ouvidos pelo então juiz Paulo Augusto Moreira Lima, que pediu afastamento do caso.
Alderico Rocha Santos assumiu o processo após o juiz Leão Aparecido Alves, titular da 11ª Vara, onde corre o processo, ter se declarado suspeito de conduzir o caso. Leão é amigo de um dos investigados, o empresário José Olímpio de Queiroga Neto, suspeito de ser o responsável pelo gerenciamento das casas de jogos de Carlinhos Cachoeira no entorno do Distrito Federal.
O troca-troca na Justiça se deve às ameaças recebidas pelo juiz Paulo Augusto Moreira Lima, responsável pela Operação Monte Carlo e que determinou a prisão de Carlinhos Cachoeira no fim de fevereiro. Lima se afastou do caso mesmo após ter pedido reforço em sua segurança pessoal.
Em ofício encaminhado ao corregedor-geral do TRF1, Carlos Olavo, o juiz Moreira Lima relata que segue esquema rígido de segurança por recomendação da Polícia Federal, mas revela que sua família foi abordada por policiais e diz que foi alertado da possibilidade de sofrer represálias nos próximos meses.
Nesta quarta-feira, Rocha Santos divulgou nota afirmando que vai acelerar a tramitação da ação e que deve finalizar a primeira parte do caso até julho. De acordo com o comunicado, como o magistrado ainda não deixou o posto no qual é titular, na 5ª Vara Federal Criminal em Goiás, há outros compromissos agendados no segundo semestre, além de férias.
"Este juiz, salvo no mês de julho, não poderá instruir o feito nos meses subsequentes em razão do preenchimento da pauta de audiências nos processos de seus ofícios e de férias regulamentares", justificou Rocha Santos.
O magistrado assume o caso com 53 volumes para ler. Nessa fase de instrução, ele terá de avaliar as provas colhidas pela Polícia Federal e ouvir os depoimentos de testemunhas e réus. A partir de agosto, segundo a nota do magistrado, os advogados farão as alegações finais e o juiz fará seu voto. "Serão asseguradas todas as garantias constitucionais e legais dos acusados, já que haverá tempo suficiente para o estudo do processo", detalhou Rocha Santos.
Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.
Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.
Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.
Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.
O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas.
Após a publicação de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de Cachoeira, a empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O vazamento das conversas apontam encontros de Cachoeira também com os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.
No final do mês passado, o desembargador Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), cancelou as audiências nas quais Cachoeira e os outros réus seriam ouvidos pelo então juiz Paulo Augusto Moreira Lima, que pediu afastamento do caso.
Alderico Rocha Santos assumiu o processo após o juiz Leão Aparecido Alves, titular da 11ª Vara, onde corre o processo, ter se declarado suspeito de conduzir o caso. Leão é amigo de um dos investigados, o empresário José Olímpio de Queiroga Neto, suspeito de ser o responsável pelo gerenciamento das casas de jogos de Carlinhos Cachoeira no entorno do Distrito Federal.
O troca-troca na Justiça se deve às ameaças recebidas pelo juiz Paulo Augusto Moreira Lima, responsável pela Operação Monte Carlo e que determinou a prisão de Carlinhos Cachoeira no fim de fevereiro. Lima se afastou do caso mesmo após ter pedido reforço em sua segurança pessoal.
Em ofício encaminhado ao corregedor-geral do TRF1, Carlos Olavo, o juiz Moreira Lima relata que segue esquema rígido de segurança por recomendação da Polícia Federal, mas revela que sua família foi abordada por policiais e diz que foi alertado da possibilidade de sofrer represálias nos próximos meses.
Nesta quarta-feira, Rocha Santos divulgou nota afirmando que vai acelerar a tramitação da ação e que deve finalizar a primeira parte do caso até julho. De acordo com o comunicado, como o magistrado ainda não deixou o posto no qual é titular, na 5ª Vara Federal Criminal em Goiás, há outros compromissos agendados no segundo semestre, além de férias.
"Este juiz, salvo no mês de julho, não poderá instruir o feito nos meses subsequentes em razão do preenchimento da pauta de audiências nos processos de seus ofícios e de férias regulamentares", justificou Rocha Santos.
O magistrado assume o caso com 53 volumes para ler. Nessa fase de instrução, ele terá de avaliar as provas colhidas pela Polícia Federal e ouvir os depoimentos de testemunhas e réus. A partir de agosto, segundo a nota do magistrado, os advogados farão as alegações finais e o juiz fará seu voto. "Serão asseguradas todas as garantias constitucionais e legais dos acusados, já que haverá tempo suficiente para o estudo do processo", detalhou Rocha Santos.
Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.
Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.
Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.
Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.
O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas.
Após a publicação de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de Cachoeira, a empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O vazamento das conversas apontam encontros de Cachoeira também com os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.
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